The Swords of Ditto: Mormo’s Curse | GLITCH REVIEW

The Swords of Ditto: Mormo’s Curse tem um charme único. É uma mistura de Pokémon e The Legend of Zelda, num RPG compacto que nos coloca no papel de herói e nos leva a enfrentar diversos perigos com o objetivo final de erradicar as forças maléficas que ameaçam a terra natal do nosso protagonista. É perigoso ir sozinho, por isso, na versão que testámos, a criação da Onebitbeyond convida-nos a levar o smartphone.

Ainda estamos no início e já são claras as inspirações de The Swords of Ditto: Mormo’s Curse. Ao estilo Powerpuff Girls, os produtores juntaram uma pitada de Pokémon, outra de The Legend of Zelda, uma boa dose de charme e fofice e abanaram tudo muito bem. Desengane-se quem pensar que acabei de descrever a receita para o fracasso, pois estamos perante um jogo interessante, divertido e que fará as delícias dos fãs de RPG e das duas séries que mencionei. Esperem uma abordagem compacta ao género, com The Swords of Ditto: Mormo’s Curse a ter todos os elementos necessários de um RPG, adicionando uma dimensão semi-roguelike (em detalhe, mais à frente), diferenciado o título dos demais e tornando-o numa adição interessante à família.

Poderão contar, como é esperado, com arsenal de armas para usar, habilidades para melhorar, um mapa enorme para explorar e muitas missões principais e secundárias. Se as primeiras fazem parte de uma verdadeira demanda do herói – uma força maléfica paira sobre a ilha onde vivem há vários séculos e cabe-vos a vocês vencer onde outros heróis pereceram – as segundas são, na sua maioria, as tradicionais e simples “fetch quests”, que envolvem ajudar NPCs espalhados pelo mapa. Esperem as habituais recompensas, com as personalidades dos NPCs a serem interessantes, o que resulta em diálogos divertidos e num tom engraçado e charmoso.

O mapa de jogo é extenso e completo, com uma arte incrível e polida, efeitos visuais detalhados e consistentes, e, como seria de esperar, está dividido em zonas de exploração e/ou combate e zonas povoadas, onde encontraram as habituais lojas, mercados, habitações e personagens com quem podem interagir. Há um sistema de fast-travel que facilita a navegação entre zonas, no qual será preciso desbloquear pontos de transporte, situados nas várias localizações do mapa. Nas zonas mais “selvagens” – que vão de praia a florestas, passando por cemitérios ou masmorras – encontrarão vários inimigos para combater. Aqui, gostei da diversidade de adversários, cada um com características especificas, obrigando o jogador a adaptar estilos de combate.

Poderão “rolar” para fugir dos inimigos ou posicionarem-se melhor
antes de desferir o próximo ataque.

Poderão recorrer, além dos ataques, a movimentos evasivos (como rolar), combinando abordagens mais violentas a momentos calculados para se posicionarem na ação, por exemplo. Esta escolha torna os combates interessantes, com uma dificuldade equilibrada e suficiente para vos manter atentos e focados, sem que se sintam frustrados. Estes inimigos têm diferentes níveis, do mais baixo ao mais elevado, com o jogo a fazer um excelente trabalho ao avisar o jogador caso este entre numa zona que, à partida, será demasiado difícil de atravessar. Poderão escolher avançar, mesmo assim, e estarão perante um desafio redobrado.

Menção positiva para a roda de itens que, ao estar sempre presente no ecrã, permite utilizar itens em tempo real, durante os confrontos, ajudando o herói a curar-se ou utilizar, por exemplo, bombas ou minas de proximidade. Como referido anteriormente The Swords of Ditto: Mormo’s Curse tem um charme particular e, por exemplo, poderão comprar um item que é, na verdade, uma espécie de cartaz que diz algo como “dá-me um pontapé”. Este pode ser colado nas costas de um inimigo e, desta forma, todos os outros inimigos irão atacá-lo em vez de vos atacarem a vocês. A nível do arsenal, The Swords of Ditto: Mormo’s Curse é um jogo completíssimo, oferecendo muitas possibilidades para lá da combinação mais clássica de espada e arco.

Atentem, ali mais para o final, ao desgraçado do inimigo que é pontapeado para vosso bel-prazer.

Como manda um bom RPG, terão acesso a várias localizações que escondem segredos e bosses. Infelizmente, a variedade ao nível das masmorras é reduzida, o que poderá levar a alguns momentos de maior tédio e/ou repetição. Contudo, será aqui que encontrarão também vários puzzles cuja solução é necessária para progredir. A dificuldade está bem equilibrada, com o jogo a oferecer bons desafios, sem que se sinta a frustração de ficar preso em algum local.

Na sua versão inicial, The Swords of Ditto: Mormo’s Curse tinha um sistema de morte permanente, contudo, a versão atual oferece um sistema diferente: ao morrer, o tempo avança e o herói anterior é substituído por outro, com as ações anteriores a terem impacto na jornada atual. Desta forma, é possível recuperar parte do loot, por exemplo. Para os mais corajosos, ou masoquistas, a dificuldade máxima do jogo ainda oferece a possibilidade de jogar com permadeath. Cada herói que surge após cada morte é diferente, contudo o seu ADN mantém-se, assim como, os objetivos.

Nem todo o combate é de proximidade. Poderão ter de eliminar inimigos à distância ou mesmo ativar itens, fora do vosso alcance, para conseguir resolver puzzles.

É também este ponto que dá à narrativa de The Swords of Ditto: Mormo’s Curse um tom interessante, com o tempo e espaço a tocarem-se em dimensões diferentes e numa continuidade do conflito. Aquilo que parece, ao início, uma história simples é, com o tempo, desenvolvida, resultando numa narrativa com muito mais camadas do que o esperado e mostrando que, afinal, esta luta entre bom e mau é mais complexa do que parecia.

Infelizmente, The Swords of Ditto: Mormo’s Curse sofre regularmente de algumas quedas de framerate, que abrandam a ação e dificultam o combate – acontecem especialmente em momentos nos quais o mapa está muito preenchido de inimigos, por exemplo. Outro problema da versão mobile é o facto de a nova atualização do jogo ter trazido consigo a adição de uma espécie de analógico que aparece no lado esquerdo do ecrã, para nos indicar o local para onde estamos a mover-nos. É um elemento gráfico medonho, demasiado intrusivo e que quebra por completo a imersão e beleza do jogo.

Sou defensora do universo mobile, mas devo dizer que The Swords of Ditto: Mormo’s Curse é o jogo ideal para ser jogado antes na Switch. A versão para Android (não há ainda versão mobile para dispositivos iOS – contudo, podem jogar no Mac) parece, muitas vezes, um port forçado e pouco adaptado aos dispositivos móveis. O jogo custa 6,49€ na App Store e 14,99€ na Switch – se forem comprar, e apesar de não ter jogado o título na Switch, penso que recomendaria antes a segunda opção. Especialmente se tivermos em conta que as versões PC e consolas incluem um um modo co-op que vos permitirá unir forças com amigos. Fica ainda o aviso de que The Swords of Ditto: Mormo’s Curse não é o jogo ideal para jogar durante períodos de tempo curtos e, por isso, não será o ideal para viagens rápidas, por exemplo, entre trabalho e casa.

The Swords of Ditto: Mormo’s Curse é um RPG interessante, que oferece aos jogadores uma nova abordagem ao género, introduzindo elementos refrescantes. Com um estilo charmoso e divertido, une o melhor de séries como Pokémon e The Legend of Zelda, para criar um resultado que certamente agradará aos fãs. Apesar de a sua versão mobile ser pouco estável, poderá ser uma opção a considerar por aqueles que procuram um RPG para jogar no smartphone – esperam-se mais atualizações que certamente melhorarão a experiência de jogo portátil.

A escala utilizada é de 1 a 10

O código para análise foi cedido pela Devolver Digital.

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