Asterigos: Curse Of The Stars | GLITCH REVIEW

Asterisco? Asterisgo? As – té – ri – gos! O primeiro boss deste jogo é mesmo a dicção do seu título, mas assim que o conseguirem pronunciar, terão todo um mundo pela frente; um mundo que vem injectar uma paleta de cores a um género conhecido pela sua decadência soturna e opressiva.
Muitos estúdios procuram o seu lugar ao sol e uma das formas é seguir o que é mais popular, com um toque e estilo próprios para não serem acusados de copiar os TPC de forma flagrante por não terem alterado as respostas nem um bocadinho.

De forma geral, até que vão conseguindo – uns com mais sucesso do que outros. Não vale só copiar a fórmula, mas entendê-la. Pelas minhas mãos, e depois de uma maratona de Souls, já passaram o Dolmen e o Steelrising; enquanto o primeiro elevou o género para o terror cósmico no espaço, o segundo assentou-o durante uma Revolução Francesa alternativa. Depois, temos este Asterigos que vem brincar à mitologia greco-romana. Se alguma vez o confundiram com o Immortals Fenyx Rising, é mais do que válido porque da mesma forma que este está para a série Assassin’s Creed, também Asterigos está para a série Dark Souls. Foi uma comparação tola? Aceito.
Apesar de alguns detalhes menos positivos, a Acme Gamestudio (não confundir com a ACME dos martelos e dinamite dos Looney Tunes, se bem que não punha a teoria de lado…) conseguiu criar uma experiência diferente e acessível para todos. E antes que derretam como uma Bruxa Malvada do Oeste, os veteranos Soulslike poderão aumentar a dificuldade.

A premissa aqui é simples: jogamos com a guerreira Hilda que, em busca do seu pai, tropeça na cidade perdida de Aphes. Outrora próspera, Alphes encontra-se agora amaldiçoada, com os seus habitantes condenados a uma vida eterna sem nunca poderem abandonar as suas muralhas. Com o apoio da resistência de Adherents, liderados por Minerva, Hilda aceita acabar com a maldição em troca de Echoes que podem vir a ajudá-la a salvar o pai.
Recebemos esta nova estética de braços abertos para mudar um pouco de ares. Apesar de a cidade estar praticamente em ruínas e repleta de bestas, os cenários são de uma beleza inspirada na arquitectura greco-romana, com estradas e decorações trabalhadas, estátuas possantes e anfiteatros, onde harpias, minotauros e outras criaturas tais nos esperam. Estes detalhes contam uma história. Goste-se, ou não, existe muito para absorver, quer de forma tradicional com cutscenes e diálogos de exposição, quer através dos cenários e dos crípticos Echoes.
Apreciei o facto de podermos abordar as missões de várias maneiras, com decisões e repercussões que moldam a personalidade de Hilda e como as personagens encaram a protagonista. Uma boa razão para voltarmos ao jogo e ver tudo, já que não é muito longo.

Soulslike para aqui, Soulslike para acolá. Mas se quisermos ser mais específicos, podemos concordar que Asterigos é a versão mais Coca-Cola Zero no género, com os mesmos elementos e alguma adrenalina, mas mais superficiais. Por exemplo, atacar não consome stamina, estando esta relegada para bloquear ou esquivar ou para determinadas habilidades; não andamos em busca de armas, mas começamos o jogo com um ror delas, para alternarmos entre duas. A evolução destas faz-se através do desbloqueio de atributos; e falando nisso, a evolução da própria Hilda está limitada a três atributos principais e os checkpoints não servem para desenvolver a personagem, uma vez que podemos fazer em qualquer lugar. Ah, e não existem consequências se perdemos.

O combate, também ele leve, vinga apenas pelo dinamismo de podermos alternar entre armas a qualquer momento, usufruindo das respetivas habilidades específicas, como de parries com o escudo; de magia com o bastão ou de dano mais pesado com o martelo. O excelente é encontrar o estilo que mais joga connosco e seguir até ao final, tal como eu que decidi passar todos os Souls apenas de katana
Só que não fiquei fã do combate que, mesmo com boas intenções, me pareceu esponja. E o facto de abrir logo com um arsenal completo, acaba por tornar a exploração mais seca e sem propósito. Continuando na exploração, um bom design de níveis é o que nos repele ou puxa à exploração e apesar da beleza acima descrita dos cenários, senti pouca vontade em perder-me, tal era a confusão e a pobre orientação nos seus mapas. Uma dor de cabeça que também senti num Xenoblade Chronicles 2, por exemplo.

Em suma: jogado numa Steam Deck, a minha experiência com Asterigos até que foi agradável. Com uns ajustes de resolução para favorecer o desempenho, não notei em quebras ou outras falhas visuais durante as minhas horas, mas acredito que uma consola e ecrãs mais poderosos possam fazer jus aos visuais animados e coloridos. E comandos mais robustos que possam aguentar a violência de um Soulslike.
Sinto que Asterigos: Curse of the Stars tinha o potencial para agitar a fórmula, com as suas inspirações mitológicas, abordagem à narrativa, decisões e até com uma personagem diferente e interessante, mas precisava de algumas arestas limadas que espero que o futuro da série consiga resolver. Não obstante, não vão sair daqui defraudados.

A escala utilizada é de 1 a 10

Código cedido pela TinyBuild Games.

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