Uncharted: Legacy of Thieves chegou ao PC, mas este texto não será uma análise da colecção, uma vez que a melhor análise continua a ser a do Canelo e pode ser lida aqui.
Também não vos irei maçar muito sobre o que achei dos dois jogos – adorei o primeiro pela temática de piratas e a expansão pelas novas protagonistas e possível futuro da série, mas quero apenas assinalar que este é o meu primeiro artigo sobre lançamentos em PC desde que comecei na indústria em 2008. Nunca joguei muito em computador; o máximo que comecei e terminei sentado a uma secretária foram os Star Wars Jedi Knight II: Jedi Outcast e Academy e alguns meses em Ragnarök Online e Lineage II. Para mim, jogar sempre foi sinónimo de conforto num sofá ou, muito recentemente com a Switch e Steam Deck, na cama – ou no trono, não vamos mentir. Nem nunca tive computadores atuais para correr as novidades…

Quando surgiu a oportunidade de experimentar esta colecção, nem hesitei. Queria fazer a Steam Deck suar com um peso pesado e ver o que a máquina conseguia fazer.
Se têm lido algumas das minhas análises a jogos da Switch, como a última do Xenoblade Chronicles 3, sabem que tenho vindo a desiludir-me com a optimização de alguns jogos na consola. Tanto que admiti estar na hora de uma revisão ao hardware para os jogos correrem sem quebras ou não estarem tão desfocados. Os dois últimos Xenoblade foram criminosos nestes aspectos e tanto os jogos, como os jogadores, mereciam mais.
Será a Steam Deck esse “mais”? Na minha opinião, sem dúvida alguma!, portanto este artigo não será um sobre o desempenho da colecção em computadores topo de gama, mas na Deck e como é saltar de uma enorme televisão com um bruto sistema de som para o ecrã de uma consola portátil. Podia estar a falar do Uncharted: Golden Abyss, mas ninguém tem uma Vita…
Começamos pelos visuais e deixem-me dizer que fiquei parvo assim que os jogos abriram e a resolução “limitada” do pequeno ecrã em nada estragou a experiência de uma consola caseira, com gráficos nítidos, limpos, fluídos e repletos de detalhes. Só tive DUAS queixas que facilmente resolvi: loadings demorados de algumas texturas e motion blur. E digo resolver porque a Steam Deck é, para todos os efeitos, um computador e isso implica definições para suavizar a experiência, como detalhes vários, filtros, resoluções, alternar entre modos de desempenho e de gráficos, entre outros. Obrigado, David. Fiquei menos leigo!
Por mais opções que ativem ou desativem, não vão correr o jogo a 60 FPS numa Steam Deck. O máximo que consegui foram 40 FPS, mas recomendo ficarem pelos 30 FPS. O que não é nada mau para jogos deste calibre numa consola portátil. Aliás, melhor do que nada mau, com uma imagem limpa e nítida como uma manhã sem nuvens e a deslizar que nem manteiga, mesmo nas sequências de acção mais pesadas, o trauma com os meus últimos jogos na Nintendo Switch ficaram bem lá para trás. Eu sei, consolas e tecnologias diferentes, daí uma revisão da Switch para ontem.
Não tenho muito a apontar ao som. Vão estar limitados às colunas da portátil, mas uns bons auscultadores resolvem os problemas de imersão.

E falando em imersão, porque haveríamos de jogar estes Uncharted em algo, que não numa consola caseira e de nova geração com as suas incríveis sequências de adrenalina projectadas em grande escala, enquanto as explosões ou o silêncio sepulcral das ruínas preenche uma sala? Pela mesma razão que estou sempre a recomendar a Nintendo Switch: conforto.
Para quem não tem cabeça nem tempo para compromissos longos em frente de uma televisão ou para quem quer repetir experiências de uma forma mais casual, estas duas consolas são PERFEITAS! Já tinha terminado os dois Uncharted aquando dos lançamentos originais e repeti-los aqui foi juntar o útil ao agradável porque não pensava em repetir a experiência com o meu backlog. E se tiver de apontar outro detalhe menos bom é que pensava que a trilogia original já estava disponível para computador, mas terei de esperar um bocado, mas sentado. Ou deitado, ah!
Portanto, passei a louvar os esforços da Sony em levar o seu catálogo para o computador, permitindo que novos públicos possam desfrutar destes fantásticos exclusivos. E, por outro lado – um lado mais egoísta que já confessei – tenho receio do dia em que a Deck deixe de conseguir correr estes jogos. Será que irá correr um God of War Ragnarök? Um Forspoken? Ou mesmo o meu Final Fantasy XVI…, não sei, mas vou atravessar essa ponte quando lá chegar.
Código cedido pela PlayStation Portugal.