Nesta última peça sobre a saga Yakuza, irei aos spin-offs que chegaram até nós e àqueles que, infelizmente, nem estão localizados para podermos importar. Ainda são alguns, mas só tivemos direito a três: Yakuza: Dead Souls, Fist of the North Star: Lost Paradise e Judgment.
O primeiro é um jogo de terror com zombies…porque faz todo o sentido no universo Yakuza. Kamurocho foi infectada pelo vírus da praxe e encontra-se sob quarentena (que cenário familiar), mas quando chega a hora de proteger os seus habitantes e negócios, ninguém melhor que Kiryu e companhia, sendo essa companhia, o Majima, o Akiyama e o Goda, sim, o Goda do Yakuza 2… Nada faz sentido neste jogo, mas também não é importante porque não pertence ao cânone e podem bem ignorá-lo para serem felizes.
A quem se destina este Dead Souls? Apenas aos fãs que, na altura, não tinham muita oferta. Agora com mais e melhores Yakuzas, vale apenas pela sua excentricidade.
Já Fist of the North Star: Lost Paradise é uma grande contribuição para Yakuza e para os fãs da série de anime dos anos 80. Sim, aquela do meme Omae wa shindeiru! Ainda tenho de ver a série para poder aproveitar o jogo como merece, mas do que vi a ser jogado, não é nada mau! E podem mudar as skins da personagem para o Kiryu – já que partilham a mesma voz e tudo. Apesar de mudar radicalmente de cenário e estória, mantém muitas das características da série mãe e quando digo isto, refiro-me também aos minijogos (apesar de Souls também os ter). E porque esta experiência foi bem recebida, gostava que o estúdio experimentasse com outras séries. Se os jogos Warriors conseguem usar outras propriedades com sucesso, por que não?
Por último, Judgment. Yakuza chegou ao fim, as personagens caminharam em direcção aos seus pôr-do-sol e está na hora de novas aventuras, com novas caras. E uma delas é a de Takayuki Yagami, um advogado tornado investigador privado devido a um caso que correu mal, muito mal. Judgment refinou o motor de jogo, melhorou os visuais e a jogabilidade, mas é muito seguro no que quer fazer.
Embora a estória consiga ser interessante, peca por não desenvolver alguns conceitos como a investigação e/ou os julgamentos. Estão presentes, sim, lembram um pouco os Phoenix Wright (com as devidas homenagens), mas passamos mais tempo em fetch quests genéricas à espera que o jogo avance. No final, foi o ponto e vírgula necessário para a série numerada descansar e foi com Judgment que as dobragens também regressaram.

Depois, olhem, os Kurohyō: Ryū ga Gotoku Shinshō, Kurohyō 2: Ryū ga Gotoku Ashura hen, Ryū ga Gotoku Kenza e Ishin! ficaram pelo Japão. Se os dois primeiros são estórias paralelas na PSP (uma até teve direito a um j-drama), os dois últimos passam-se em diferentes períodos do Japão feudal. E quem é que não quer jogar Yakuza, mas com samurais? Ir ao karaoke, mas com samurais? Por que é que estes não saíram por cá?
Não consigo entender a lógica de termos recebido um jogo de zombies genérico, e não estes. É porque não entendemos a cultura ou não gostamos da temática? Bem, as vendas de Ghost of Tsushima dizem exactamente o contrário! Daria o meu primogénito inexistente pela localização destes dois jogos, e nem era preciso actualizarem os gráficos! Ou digital, qualquer coisa…
E é com o coração pesado que termino esta série de artigos até ao lançamento do muito esperado Like a Dragon. Também irei continuar com os de Kingdom Hearts e logo verei onde a escrita me levará.
Até já!