2020 está a ser um ano atípico e 2021 não será diferente. A indústria está a caminhar como pode e a Nintendo continua a ser a Nintendo, imprevisível – sempre. Com anúncios e lançamentos relâmpago, Kirby Fighters 2 é “mais um” nesta caderneta de novidades. Coçámos a cabeça, cofiámos a barba e fomos espreitar esta sequela ao jogo da 3DS que começou como uma expansão melhorada de um minijogo do Kirby: Triple Deluxe.

Maior, melhor e todos os chavões funcionam para esta sequela, mas fica a pergunta: quem estava à espera deste jogo? Um “clone” de Super Smash Bros. só com o Kirby, bastantes Kirbies? Em primeiro lugar: eu, eu! Admito que ainda não consegui deitar as mãos ao Star Allies, mas fico sempre satisfeito quando a mascote rosa recebe algum amor. Pode não ser a melhor homenagem, mas é uma homenagem que vai agradar aos fãs da personagem e a quem procura um Smash, ligeiramente mais refinado.

Uma das coisas boas de se jogar com o Kirby é jogar com o Kirby e isso significa usar e abusar de todas as suas habilidades e disfarces. O pequeno tem o hábito de sugar os adversários e copiar as respectivas habilidades, roubando uma peça do seu vestuário. Kirby com a espada e o gorro do Link? Mandem vir! Aqui terão isso e muito mais: um Kirby com espada, com vara, com magia, como lutador de luta-livre, até com um ioiô! Há muito por onde escolher, não há limites para a parvoíce e ainda bem. Também temos companheiros e os adversários da praxe que desbloqueamos à medida que avançamos pelo jogo.
Atenção, o jogo é o seu nome: é um fighter e não esperem mais do que isso. Ainda assim, a Hal Laboratory esmerou-se bastante neste cozinhado. Desde modos de jogo a funcionalidades, estilos de luta a chapéus mimosos para o nosso lutador. Podemos jogar sozinhos no modo clássico, com ondas de adversários, ou seguir o modo de campanha, que não difere muito do clássico, apenas com alguma motivação para escalarmos a torre de adversários. Ou, se tivermos amigos, podemos partilhar a diversão em vários modos competitivos locais ou pela Internet.

Como se não bastasse, ainda há uma mecânica RPG, onde subimos de nível após cada batalha; essas batalhas também nos recompensam com itens que podemos equipar para os próximos combates e bosses. A qualidade e a quantidade não ficam por aqui, com visuais cheios de cor, reflectindo as diferentes personalidades e disfarces de cada lutador, os cenários clássicos ganham nova vida em Fighters 2 e tudo é melhorado com a incrível e animada banda sonora.
Eu sei que estou em falta por ter saltado do Epic Yarn para este (não quero falar do Rainbow Curse), mas tenciono corrigir a minha falha! Preciso da minha dose de um bom jogo acessível e enquanto não chega o port inevitável da Wii U ou os rumores de um Kirby 3D não se cumprem, fiquem descansados que este título é muito mais do que uma entrada: é um prato bem servido. É divertido para caramba e senti-me um bocadinho mais novo.

O código para análise foi cedido pela Nintendo Portugal.