Operencia: The Stolen Sun | GLITCH REVIEW

De regresso às masmorras, aos combates por turnos e ao movimento por grelhas com Operencia: The Stolen Sun. Depois do lançamento na Xbox One, onde se encontra incluído no serviço Xbox Game Pass, o RPG da Zen Studios prepara-se para chegar ao PC e PS4 com uma aventura muito inspirada por lendas europeias. Como dungeon crawler, há muito para explorar no seu mundo extenso e repleto de masmorras, mas não consegui ficar totalmente convencido com a jogabilidade e narrativa.

Com uma estória repleta de humor, Operencia: The Stolen Sun transporta-nos para um mundo de magia, lendas, heróis e dragões. É um universo repleto de pormenores, com várias zonas para explorarmos, mas há um problema de apresentação que me retirou da narrativa. As sequências de estória são relegadas a animações simples e a diálogos entre duas imagens estáticas, com vozes que parecem não conciliar com as personagens a que dão vida. Até certo ponto, parece que sentimos os valores baixos de produção à medida que vemos a estória a progredir, o que acaba por intensificar a repetição inerente à jogabilidade.

Arrisco-me a dizer que Operencia: The Stolen Sun está mais interessado na exploração e combate do que na sua estória repleta de clichés. Como um dungeon crawler, começamos rapidamente a explorar todo o tipo de masmorras, cada uma com vários níveis de conteúdos, inimigos e, surpreendentemente, um foco interessante em puzzles. A exploração é simples e relegada a um movimento por grelhas, ainda que a movimentação da câmara seja livre. As masmorras são extensas, cheias de caminhos alternativos e segredos, ainda que a nível gráfico não sejam muito atrativas. As texturas repetem-se e há, nos piores casos, uma sensação de falta de recursos ou até de imaginação para dar mais vida a este mundo de fantasia.

Como seria de esperar, há uma grande aposta na dificuldade, mas Operencia: The Stolen Sun procura ser acessível para todo o tipo de jogadores, até para os menos experientes, e dá a possibilidade de personalizarmos a experiência do jogo, desde a sua dificuldade à presença de morte permanente na campanha. Isto é uma boa opção para quem quer uma experiência mais tradicional, mas há ainda muito para explorar no jogo. O sistema de equipamento é extenso, com várias peças à disposição, e há uma grande aposta na evolução das personagens, com várias habilidades e pontos de atributos para utilizar. Se sentem que acabei de descrever a maioria dos RPGs na primeira pessoa, é normal. Operencia: The Stolen Sun não se destaca em nada do que apresenta.

Com um sistema por turnos, os combates são calmos e moldam-se ao vosso próprio ritmo, ainda que mantenham sempre o foco na dificuldade.

Os combates são por turnos e decorrem num ecrã separado, ao contrário do que costumamos ver no género, onde os confrontos acontecem diretamente no mapa. Operencia: The Stolen Sun aproveita este sistema por turnos para criar uma maior sensação de estratégia, disponibilizando vários ataques, habilidades e magias pelas suas personagens. Os menus são fáceis de ler e de utilizar, muito rápidos, e conseguimos perceber eficazmente a ordem do turno, a energia dos nossos inimigos e até as suas vantagens em combate – com alguns monstros a serem resistentes a determinados ataques e magias.

Um dos destaques é, sem dúvidas, o posicionamento dos inimigos em campo e a sua distância relativa à nossa equipa. Com três posições diferentes – próximo, médio, afastado –, somos obrigados a alterar o tipo de ataque de acordo com a distância dos vários inimigos. As habilidades refletem esta aposta e são influenciadas pela sua efetividade consoante a distância, com ataques de longo alcance e magias a serem preferíveis ao atacar um inimigo no plano mais afastado do combate. Não é muito, mas é uma aposta que acaba por dar um ritmo diferente aos confrontos, obrigando-nos a utilizar novas habilidades mais frequentemente.

Operencia: The Stolen Sun é um jogo que iremos coletivamente esquecer. Apesar de apresentar um combate funcional e com alguma estratégia, e apostar em masmorras extensas, não há nada que lhe dê alma ou originalidade. É um dungeon crawler seguro que será indicado apenas para os fãs do género à procura de uma experiência light.

A escala utilizada é de 1 a 10

O código para análise (PS4) foi cedido pela Evolve.

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