Na Minha Cama com Ela – #4

Perdi o encanto por RPGs tácticos. Já aqui tinha mencionado que um dos meus planos era desbastar o backlog da Nintendo Switch e até que me tenho safado, tirando as análises. E dois desses jogos eram Wargroove e Fell Seal – que vieram coçar a comichão de Advance Wars e de Final Fantasy Tactics respectivamente.

Mas… e aqui respiro profundamente… achei-os tão aborrecidos! Ou talvez tenha sido de mim que já não me vejo a alimentar o género.

Passo a explicar com uma metáfora lamechas: sabem as pessoas pelas quais nos apaixonamos, mas que mudam com o tempo? Olhamos para as suas caras, mas não sentimos nada? Apenas vemos as boas memórias e isso deixa-nos tristes porque se calhar fomos nós a mudar e não elas… Foi o que senti quando cheguei a meio dos dois jogos, cansado e desmotivado, e a pensar no porquê de me estar a forçar a jogar. Triste por sentir isso num dos meus subgéneros favoritos.

Depois lembrei-me de Fire Emblem: Three Houses e das duas campanhas que fiz de seguida, mais a terceira que pretendo fazer para ver a história toda! Adorei o jogo em várias frentes: a narrativa separada em três facções, o leque rico de personagens interessantes, a jogabilidade – a jogabilidade!

Fire Emblem faz algo de muito bom: é um amante que respeita o nosso tempo; as batalhas tanto podem ser lentas e difíceis ou rápidas e fáceis; a simples opção de podermos saltar o turno do inimigo (ou mesmo o nosso!) é algo que devia vir de raiz quando temos mapas com dez, ou mais, adversários! Não queria passar minutos a olhar para um ecrã sem fazer nada. Já não tenho o tempo de antes – o que é irónico, dada a situação actual…

Um, dois, três! Menino e menina, dois de uma vez!

Ainda assim, avancei por Wargroove e, às tantas, consegui ver um filme durante uma batalha que se arrastava (parando no meu turno). Quando cheguei ao fim, admiti que aquilo não teve jeito nenhum…O filme foi What If , que recomendo em vez do jogo!

Wargroove talvez ganhe pela sua estética e leveza, mas é muito mais do mesmo e as batalhas arrastam-se desnecessariamente sem haver sentido de progressão; tanto para os nossos generais como para as unidades de combate. A história pode ser vista como um carro que não passa da segunda mudança, apenas anda para ali até chegar ao destino. Já Fell Seal conseguiu-me prender mais. Se não ficarem pela história, talvez fiquem pelas personagens e pela quantidade de personalização que o jogo oferece – tanto ao nível de classes como de jogabilidade. Ainda assim, falta-lhe qualquer coisa.

Cada jogo, até mesmo Fire Emblem, tem os seus problemas, que não irei aprofundar aqui, mas os que me dizem respeito são: estou a gostar? Estou-me a divertir? Podia estar a jogar outra coisa? É, talvez não seja de mim, mas de jogos medianos que existem apenas para serem comparados com outros melhores e para safarem aquele saudosismo. Agora, se me perguntarem qual dos dois devam optar, eu diria Fell Seal. Se apanharem uma promo jeitosa, comprem os dois.

Talvez tenha de aprender a lidar com as minhas expectativas e com a gratificação instantânea; aprender a cultivar uma relação para colher os frutos a longo prazo, mas também comecei Dragon Quest XI e vou com 50 e tais horas, sem sinal de abrandar, e estou a divertir-me para caramba com esta babe por turnos.

Se não acreditarem em amor à primeira vista, têm quase cem horas para se apaixonarem.

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