Team Sonic Racing | GLITCH TAG-REVIEW

A hora de abandonar as plataformas e os loops mirabolantes chegou e Sonic está de regresso às corridas e às emoções fortes com Team Sonic Racing. Com um enorme foco na cooperação e nas partidas online, será este o título definitivo da mascote da SEGA ou um spin-off para esquecer? O Canelo e o David juntaram-se para decidir se esta é uma corrida que devem aceitar.

C – Ao contrário do título anterior, que celebrava as maiores franquias da SEGA, Team Sonic Racing traz-nos um jogo de corridas totalmente dedicado ao ouriço azul e ao seu legado que merecia, a meu ver, uma campanha mais diversificada, ainda que a jogabilidade seja bastante intuitiva e divertida.

Como o nosso fã das velocidades, o que achaste do teu tempo com Team Sonic Racing? Gostaste desta vertente mais arcada e com foco nas derrapagens e na utilização de armas e poderes?

D – Quando entro neste tipo de jogos, os arcade racers, vou sempre de mente aberta e com os olhos a apontar apenas para duas coisas: visuais e jogabilidade. Jogos destes têm de ser, para mim, agradáveis de se ver, com muitas animações dinâmicas, cores e boa fluidez de jogo, e, claro, têm de ser divertidos de jogar. É com algum agrado que posso dizer que, ainda com algumas imperfeições, Team Sonic Racing (TSR para os amigos) é um deleite. E não só isso como foi uma bela maneira de aquecer os motores para o jogo de Crash que aí se avizinha. Contudo, posso dizer que concordo contigo no que toca à variedade, parecendo que o jogo deu um passo atrás em relação aos outros jogos de corrida da SEGA.

C – Acho que estamos então de acordo no que toca aos visuais e à jogabilidade. TSR é extremamente colorido, variado e com um design interessante no que toca às pistas que apresenta, cheias de obstáculos, atalhos e cenários animados. Em movimento, é um deleite, ainda que mantenha uma certa simplicidade, não fosse este um jogo de média produção. No entanto, o mesmo não se nota na performance, que é bastante sólida e praticamente sem entraves – pelo menos nas minhas horas com o jogo.

As pistas apresentam vários atalhos que se tornam essenciais à medida que alteramos para novas dificuldades, onde é necessário controlar não só o nosso kart como decorar o design dos níveis e as suas vantagens.

Já na jogabilidade, a variedade de mundos e dos níveis acabam por nos enganar. TSR apresenta várias etapas e 15 personagens, algumas desbloqueáveis, mas não adiciona uma variedade palpável nos tipos de corridas e de missões que temos à nossa disposição. No geral, o jogo baseia-se em corridas tradicionais, em pequenos campeonatos e na recolha ou de moedas ou de pontos através de derrapagens. Em apenas duas zonas, pude ver esta suposta variedade a desaparecer rapidamente e o cansaço a instalar-se devido à insistência nestas mecânicas e neste design de níveis. Necessitava de mais.

D – Uma comparação justa que se possa fazer a TSR, no que toca a jogabilidade, é a jogos como Ridge Racer, em particular aos mais recentes, em que a sucessão de drifts/derrapagens nos dão o tão necessário boost. Este é também mais arcade racer do que kart racer, se é que me faço entender, com maior foco no controlo e menos nas habilidades. No entanto este tipo de controlo nem sempre é coeso o suficiente. Nas corridas funciona bastante bem, já nos desafios, que referes, também sinto a mesma frustração. O controlo não parece ser dos melhores ou então é o seu design que não se ajusta ao tipo de jogo, sendo fácil falhar checkpoints e difícil manter derrapagens constantes para as metas quase absurdas.

E já agora, ainda sobre as habilidades, este foi um dos pontos mais desapontantes na minha experiência do jogo. Tu referes uma contenção no conteúdo e eu pego na mesma ideia e na variedade de power ups apanhados nas corridas e a sua lógica em relação ao mundo do Sonic, com poderes e habilidades pouco ou nada icónicas ou que possam evocar algo relacionado com o ouriço azul.

As habilidades são importantes durante o início das corridas, mas quando conquistamos o primeiro lugar, temos poucas opções de defesa e o armamento passa a ser quase inútil.

C – Penso que existe mesmo uma contenção de conteúdos no geral, tanto na variedade de desafios como nas habilidades, que se parecem inspirar mais nos títulos recentes da franquia do que nos clássicos. São escolhas estranhas, mas a verdade é que as derrapagens funcionam muito bem e a possibilidade de as interligarmos com boosts de velocidade e com os atalhos nunca deixa de ser divertida. As pistas não se focam tanto na duração, o que é perfeito para partidas rápidas.

Tal como o nome sugere, TSR foca-se nas corridas em equipa, num total de três personagens, onde temos várias mecânicas que tomam partido desta vertente. As corridas ficam mais dinâmicas quando existe este foco na cooperação, tanto online como offline, e para vencerem não basta serem os primeiros, mas sim garantir que a vossa equipa fica bem posicionada. Para tal, é possível partilhar habilidades, desbravar caminho pelas pistas e criar trilhos que ajudam os outros membros, e adicionar um poder especial que nos torna invencíveis (à exceção de sairmos das pistas) e mais rápidos. Ao aliarmos estas mecânicas aos tipos de personagens, que podem ser mais velozes ou fortes, com estes últimos a conseguirem quebrar partes dos cenários, ficamos com um leque interessante de opções ao longo das corridas, ainda que nunca consigamos fugir à falta de variedade nas habilidades e nas pistas em si.

D – Por acaso fiquei bastante satisfeito em ver esta mecânica em ação. Demora um pouco até percebermos como fazer a gestão das habilidades e perceber como e quando trocar, mas felizmente é um sistema que funciona muito melhor do que estava espera, com a AI a manter-se relativamente unida e a ser muito útil quando precisamos de um boost ou um míssil. O jogo também reage bastante bem quando enviamos um trunfo que temos e não precisamos de usar, e há uma constante comunicação entre o jogo e o jogador, com as personagens a alertarem-nos. Claro que nem sempre é vitória e a AI consegue ser bem burrinha às vezes, mas na maioria do tempo, a nossa vitória é uma vitória de equipa.

É nesta vertente que também acho que o jogo funciona muito bem online ou com amigos via splitscreen, onde a comunicação muda por completo a forma como jogamos (mesmo que seja só com popups no ecrã).

Cada personagem tem o seu próprio leque de peças e há muito para combinar, desde itens mais comuns até às partes lendárias.

C – A alma do jogo está mesmo na cooperação, mas também gostei de ver uma aposta sólida na personalização dos karts, que não é apenas cosmética. Cada parte influencia o desempenho geral do kart, desde a sua velocidade até ao manuseamento e defesa, e tem as suas vantagens e desvantagens, mas senti que existe um número muito limitado de opções, ainda que possamos colecionar peças individuais para cada personagens.

O que achei estranho, no entanto, foi a forma como conseguimos desbloquear estas peças. Em vez de conquistarmos novas partes através dos níveis e dos seus desafios, ainda que exista esta vertente colecionável através da conquista de estrelas e de chaves na campanha principal, temos acesso a moedas, que dependem da nossa prestação nas corridas, para utilizar numa espécie de máquina de brindes onde temos acesso aleatório às peças. Isto para mim é, para além de desnecessário, um pouco injusto e até contraproducente, retirando parte do desafio de desbloquear novas partes e relegando tudo à sorte. É inofensivo, é certo, mas cria ruído numa mecânica que devia ser muito mais direta e simples.

Resta, no entanto, a pergunta: e o online? Como funciona?

D – Também achei esse método de desbloqueio, ou diria, de progressão, uma autêntica bizarria e feito de uma forma que o público mais desatento possa ignorar por completo. A estranha progressão também se pode ver nos veículos disponíveis, que só na história é que estão fechados e associados à campanha.

Nos restantes modos, tudo é aberto, excepto pelas modificações que tornam os eventos online mais variados no que toca ao tipo de oponentes que encontramos. Mas respondendo à tua questão, o modo online é super simples. Temos os mesmo modos que em offline, com ranked e non-ranked, a solo ou em equipa. São tão simples que são uma bela alternativa ao jogo contra o CPU. O único senão é que o final de cada evento pode demorar imenso tempo a carregar e vemos os jogadores a saírem com frequência por causa disso.

C – Encontrei alguns problemas a conectar-me às partidas, mas não verifiquei grandes falhas durante as corridas, o que é perfeito. Uma coisa é certa, existe esse tempo de espera que poderá ser enervante entre partidas.

Team Sonic Racing é um sólido jogo de corridas onde o foco na cooperação e na personalização dos karts lhe dá uma longevidade interessante e uma sensação constante de progressão. Infelizmente, é condicionado por uma campanha muito repetitiva, sem o charme característico da franquia, e por decisões de design que afetam não só a personalização e o desbloqueio de novas peças como a sensação de progressão que o jogo tão destaca. É bom, muito funcional e divertido, mas aquém do esperado.

A escala utilizada é de 1 a 10

O jogo para análise (PS4) foi cedido pela Ecoplay.

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