Não sei o que me irá acontecer quando partilhar este texto, mas sinto que o tenho de fazer. Talvez só tenham acesso à versão revista, censurada e cortada que os meus colegas terão a amabilidade de colocar no nosso site, mas está na hora de quebrar o medo e revelar o que realmente se passa no GLITCH EFFECT.
Ao contrário do que ouvem no nosso podcast, onde os risos, as piadas e a camaradagem são o ponto alto dos nossos diálogos, o mesmo não se reflete quando a câmara é desligada e os microfones são desconetados. O que se vive é o medo, o verdadeiro medo, daquele palpável onde até o maior dos ditadores não conseguiu chegar. Mas o Duarte chegou. E conseguiu.
Tudo começou com a revelação de Dragon Ball FighterZ. Tanto eu como a Vanessa e o David, sabíamos que o Duarte era um enorme fã da série, mas não estávamos à espera do efeito que o jogo iria ter nas nossas vidas. O Duarte manteve-se calmo, tentando assumir uma posição mais cética em relação ao jogo, mas quando mergulhou nos fóruns e foi recolhendo novas informações sobre Dragon Ball FighterZ, algo mudou dentro dele.
Quando queríamos falar sobre o futuro do site e delinear os conteúdos para a semana seguinte, ele bloqueava a conversa e fala unicamente sobre o jogo. Deambulava, quase como um homem louco (oh, se nós soubéssemos!), pelas mecânicas, tentava decifrar quais as personagens que estariam disponíveis no lançamento, tentava encontrar detalhes no trailer que lhe pudessem ter escapado. Depois comprou Guilty Gear Xrd – Revelator, e apenas este, pois insistia que o segundo (e mais recente) não era uma boa preparação para o que iria ver em Dragon Ball FighterZ. Comprou e mal jogou, apenas para sentir que estava mais próximo do seu novo jogo favorito. E nós estávamos cada vez mais próximos dos nosso inferno.
Durante o verão, e antes da nossa pausa, decidiu obrigar-nos a fazer um top sobre Dragon Ball FighterZ. Achei estranho, especialmente quando os outros dois vídeos, que podem ver no nosso canal, tinham tópicos tão díspares em relação ao título da Bandai Namco. Continuou a insistir até que ganhou. Esteve horas a planear o top e a decifrar quais eram as personagens indicadas para incluir na lista. A Teresa, a sua esposa, contou-me, muito tempo depois, que ficava horas a murmurar e a folhear as páginas do manga – que tem completo – para ter a melhor seleção possível. E nem isto o parou.
As reuniões começaram a ser uma verdadeira tortura. Recusou-se a jogar qualquer jogo que nos chegasse para análise e dificultou cada vídeo ou futuro podcast, acabando mesmo por pará-los por completo. Quando o David o chamou à atenção, subiu para a mesa e gritou “GALICK GUN”, fazendo também o que eu penso terem sido os sons do ataque. Depois de minutos de silêncio, disse que o GLITCH devia falar apenas de Dragon Ball FighterZ. E quando nos rimos, ele não reagiu.
Uma semana depois, a Vanessa avisou-nos que o jogo ia ter uma versão beta em breve. A comunicação entre a equipa e o Duarte já era péssima, e não conseguíamos controlar o fluxo de notícias sobre o jogo. Para ajudar, ele fazia sempre “like” em todas as suas partilhas apenas para criar algum tráfego na nossa página. Quando conseguimos falar finalmente com ele, chegámos a um ponto de discordância tal que ele parou a conversa, pegou no telemóvel e colocou-o diretamente numa coluna onde só conseguíamos ouvir os sons distorcidos da música do genérico da série Dragon Ball Z. A Vanessa abandonou a equipa pouco tempo depois e eu e o David tentámos manter a ilusão de que a equipa se mantinha unida.
Durante a beta, o Duarte voltou a falar connosco e fez um stream, que vocês também podem ver no nosso canal. Nós nem queríamos acreditar que era a mesma pessoa que nos tinha dito dois dias antes que já tratava a esposa por Arc System Works (os criadores do jogo). Pensámos que tinha sido apenas uma fase, pediu-nos desculpa e garantiu que agora que já tinha experimentado a beta, já estava em condições para continuar a escrever para o GLITCH. Dois dias depois, mudou as nossas passwords e expulsou-nos do site.

Desde o dia 1 de outubro que é o Duarte que escreve todos os textos deste site. Faz piadas no Facebook como se fosse eu, a Vanessa ou o David a escrever, e continua a partilhar quase unicamente as notícias, sejam elas importantes ou não, sobre Dragon Ball FighterZ. Não sei como é que é possível, mas parece que todos os dias ele consegue partilhar algo novo na nossa página. Ele está doente e precisa de ser parado.
A nossa separação não foi amigável, como podem imaginar, e desde aquele dia que temos recebido mensagens e vídeos no telemóvel onde só conseguimos ler falas do Son Goku ou ouvir versões adulteradas da série onde o Duarte faz as vozes de todas as personagens. Algumas dessas mensagens são enviadas à noite e há dias que não consigo descansar. Segundo os rumores, deixou de ir trabalhar para estar completamente concentrado na procura por novas notícias relacionadas com Dragon Ball FighterZ.
A Vanessa conseguiu ter acesso à minha password antiga e entrar nas definições do site para me deixar partilhar este texto. Por favor, ajudem-nos a parar o Duarte. Já não aguentamos ler tantas notícias sobre o jogo, especialmente porque sabemos que ele vai jogar aquilo durante duas semanas e voltar para os seus indies de snob. Mas afinal quem é que quer saber os ataques especiais do Kid Buu quando vão todos jogar com as mesmas personagens do princípio ao fim? O GLITCH tem de voltar ao normal e apenas vocês podem parar o Duarte!

Por favor, se viram este texto antes de ser apagado, passem a mensagem e…oh meu deus, estou a ouvir a música da primeira série. É a voz do Duarte que está a cantarolá-la…mas eu nunca lhe disse onde morava! Ele sabe que eu estou a fazer isto! Por favor, parem de fazer like nos vídeos sobre o jogo! PAREM!!!!
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