Fecha-se a cortina, apagam-se as luzes e, no ecrã, começa uma poderosa intro que conta uma história de quem procura, sem medos, descobrir o seu passado. Momentos depois, estamos no centro da ação. Aloy é a protagonista. Horizon: Zero Dawn o jogo.
O antecipado título da Guerrilla Games esteve em destaque na Lisboa Games Week, numa iniciativa que permitiu assistir a uma apresentação com jogabilidade controlada de Horizon e, seguidamente, um hands-on com o aguardado título. Na sessão na qual o Glitch esteve presente, o jogo correu numa PlayStation 4 tradicional mas com o HDR ligado. A demonstração, realizada pela própria PlayStation e que contou com narração do que se ia passando no ecrã, focou vários pontos fulcrais do jogo, revelando apenas uma parcela do grande potencial que acredito que Horizon tem.
Poderão esperar um mapa enorme – o “ahh” de surpresa ouviu-se em toda a sala quando foi feito o zoom out para a área total do jogo -, com possibilidades de exploração múltiplas, num mundo que nos pareceu dinâmico, vivo e muito bonito. As cores, as paisagens, os robots e a própria Aloy são algo incrível de ver em ação, em sequências interessantes que pedem estratégias diferentes e abordagens únicas, o que torna tudo mais divertido. O sistema de craft também está bem conseguido, tendo sido muito fácil criar bombas a partir de recursos recolhidos dos inimigos. A demo apresentou-nos ainda o sistema de montadas do jogo, revelando que esta é uma habilidade que a protagonista terá de aprender a usar.
O combate poderá ser feito a pé ou em cima de um destes robots que se podem transformar em transporte, em sequências de ação fiéis ao que foi mostrado até aqui em apresentações e trailers oficiais. O mundo responde na perfeição ao impacto do combate e foi possível ver árvores a cair depois de terem estado no centro de uma explosão. Também no que respeita aos inimigos o trabalho parece estar a ser bem feito, a IA adversária parece polida, atenta aos movimentos do jogador e capaz de se adaptar a mudanças de abordagem.
Os gráficos são interessantes – as cutscenes apresentam uma elevada qualidade, Aloy tem um detalhe que impressiona e ficámos de boca aberta com uma cena “à lá” Jurassic Park em que, ao fundo, se elevavam gigantes de aço que passeavam pela paisagem. Contudo, e apesar de estarmos perante uma visão não final do jogo, gostaria de ter visto um maior realismo na vegetação. Fiquei com um sentimento de animação em bloco pouco natural e pouco realista.

Quanto ao hands-on, a sequência que nos permitiram jogar foi mais pequena do que aquela descrita em cima. Ainda assim, foi possível experimentar o combate, assim como, a utilização das montadas. Aloy responde com rapidez aos comandos do jogador e desloca-se pelo cenário com a desenvencilho de quem nasceu e cresceu neste mundo futurista. Agradou-me bastante o facto de saltar sozinha quando perto de um obstáculo já que este pequeno detalhe de jogabilidade torna possível ao jogo não abrandar o ritmo da ação. O arsenal é completo e podemos dizer com segurança que a curva de aprendizagem dos comandos é rápida. Sem dificuldades matámos um grupo de watchers e conseguimos cavalgar com um Broadhead pelas paisagens (ainda que muito restritas) desta pequena demo.
Aloy é uma verdadeira guerreira, com tiradas confiantes, um vestuário detalhado e que em tudo condiz com o mundo que a rodeia. Tem uma magia que se sente de imediato e acreditamos que será uma personagem que fará história, especialmente no que respeita às fileiras de protagonistas femininas nos videojogos.
Apaga-se o ecrã, pousa-se o comando e abre-se a porta de saída. Agora sim, começa a sério a espera por um dos jogos que certamente irá marcar 2017.
* um agradecimento super especial ao nosso colega e amigo Rui Parreira, do SPLIT SCREEN, por ter facilitado a realização deste hands-on.