Agora que sabemos e compreendemos que a emulação de jogos PS2 veio para ficar, podemos finalmente parar de lutar contra a Sony e admitir que queremos e que necessitamos de gastar dinheiro em títulos que comprámos há dez anos atrás. Não existe aqui vergonha, todos nós estamos no mesmo barco. E sim, nós sabemos que os preços são maus, mas a nostalgia é uma amante terrível que nos faz pagar sempre a conta do restaurante – restaurante esse que não tivemos a oportunidade de escolher.
Se é inevitável, acredito que devemos aproveitar esta nova funcionalidade ao máximo. E já que estamos a pagar para a ter, vamos deleitar-nos com as nossas maiores fantasias e segredos que guardámos durante anos e anos.
Para deleite da equipa do Glitch, decidi viajar no tempo e relembrar-me dos jogos mais desconhecidos ou raros do catálogo da PS2. Isto significa que esta lista terá muitos RPGs e outros casos de nostalgia aguda. Fica aqui o aviso.
Wild Arms – Alter Code: F
Se existisse um prémio para pior título de sempre, esta entrada na série Wild Arms continuaria a ficar em primeiro lugar. Se nos afastarmos desta triste escolha e da sua falta de imaginação, vamos encontrar o remake do primeiro título da série RPG que deliciou os jogadores da clássica PlayStation com uma das suas primeiras aventuras. Apesar dos rumores apontarem para o lançamento de Wild Arms 3, a minha escolha recai no único título que não consegui jogar. A sua aposta num ambiente western continua a ser inovadora e agora mais necessária que nunca.
Shadow Hearts
Estamos na segunda entrada da minha lista e já contamos com dois RPG – e algo me diz que as coisas não vão melhorar. Mas Shadow Hearts é diferente, é uma série que vai para além dos típicos clichés do género com um sistema de combate envolvente e verdadeiramente empolgante, um mundo inovador (inspirando-se em acontecimentos históricos, como a Primeira Guerra Mundial) e uma aventura gótica e misteriosa repleta de humor negro. Já não se fazem jogos como Shadow Hearts e a sua sequela direta, e é por causa disso que precisamos da sua reedição na PS4.
Onimusha: Warlords
O fado da série Onimusha continua a levantar-me muitas questões filosóficas e a dar-me dores de cabeças que vão para lá da minha compreensão. Se calhar a Capcom funciona num espectro da inteligência totalmente diferente do meu, mas por mais que pense, não consigo compreender o desaparecimento prematuro desta série. Mesmo com o sucesso das remasterizações de Resident Evil Remake e Zero, a companhia japonesa continua resistente à ideia do regresso de Samanosuke e companhia – mas nós ajudamos. Basta começarem pelo primeiro jogo – um clássico absoluto – e analisarem as vendas. Sou obrigado a sentir-me enganado e surpreendido quando a Capcom parece querer recusar um plano totalmente viável para explorar os seus fãs – onde está a verdadeira Capcom?!
Project Zero II: Crimson Butterfly
Numa época em que os jogadores quase imploram por novos jogos de terror, a Sony poderia ganhar uma enorme vantagem ao apostar novamente na série Project Zero (Fatal Frame nos Estados Unidos da América). Se tivermos em conta a exclusividade do quarto e quinto título da série nas consolas da Nintendo, torna-se ainda mais evidente que existe aqui um espaço por explorar. Mas se formos para além das estratégias de marketing, deparamo-nos com um dos melhores jogos de terror da última década; um jogo perfeitamente construído, assustador e com um ritmo trabalhado para nos dar um ambiente claustrofóbico e intenso. Apesar de jogado o segundo título da série há inúmeros anos atrás, continua a ser um dos títulos que mais me assustou durante a minha vida como jogador.
Klonoa 2: Lunatea’s Veil
Olá, eu sou o João Canelo e tenho de admitir que Klonoa: Door to Phantomile é um dos meus jogos favoritos de sempre – e reforço o “sempre”. Não é, portanto, de estranhar que eu preciso que a sua sequela regresse à na minha vida e rapidamente. Apesar de não ser tão coeso como o clássico da PlayStation, Lunatea’s Veil mantém a jogabilidade 2.5D que popularizou Klonoa junto dos fãs de plataformas e dá-nos uma campanha com mais variedade e um nível de dificuldade acentuado. A passagem para o estilo cel-shaded deu ao mundo de Klonoa uma personalidade inconfundível e a sua emulação na PS4 poderia despertar a atenção de jogadores que nunca tiveram acesso às suas aventuras, agora extremamente raras para as consolas originais.